Nova dinâmica em 'Vale Tudo': Paolla Oliveira e Deborah Bloch renovam clássico
Poucas novelas carregam tanta memória afetiva quanto Vale Tudo, e foi justamente esse peso que Paolla Oliveira e Deborah Bloch precisaram encarar ao assumirem a difícil missão de recriar a relação conturbada entre Heleninha e Odete Roitman. O remake, previsto para 2025, já está dando o que falar antes mesmo da estreia oficial. Bastou a exibição de uma cena dramática de confronto familiar entre mãe e filha para acender debates nas redes sociais e entre especialistas.
O que mais chama atenção nesses debates é a tendência em comparar a atuação das duas atrizes — algo que quem entende de novela pede para evitar. A apresentadora Bárbara Saryne foi direta ao apontar durante o Central Splash: "Não é um duelo de imitação, isso já encheu", jogando luz justamente no erro em medir personagens complexos com a mesma régua usada para reality shows.
Deborah Bloch, ao assumir o papel de uma das vilãs mais marcantes da TV brasileira, resolveu romper com o passado e não caiu na armadilha da repetição. Sua Odete é, segundo críticos, menos caricata e muito mais visceral. A personagem apareceu cobrando a filha Heleninha de forma direta, jogando na cara dela dependência química e as consequências disso na família. Esse choque, transmitido com olhares, silêncios e pausas, gerou uma onda de engajamento online comparável apenas a grandes finais.

Bastidores de admiração e diferenças que constroem
O clima de tensão entre Heleninha e Odete funciona bem diante das câmeras, mas nos bastidores o tom é outro. Paolla Oliveira foi só elogios a Deborah Bloch quando apareceu ao vivo no Mais Você, dizendo torcer para que o carinho delas resista ao confronto fictício, mostrando maturidade profissional e generosidade. Deborah entrou na brincadeira, revelou ter aceitado o papel também para se aproximar de Paolla e, de quebra, aproveitar uma vaguinha no samba carioca, já que Paolla é figurinha carimbada nos desfiles de Carnaval.
Esse companheirismo se reflete em cena. A troca intensa de olhares, os diálogos cortantes, tudo fica mais rico quando os intérpretes estão em sintonia fora do estúdio. A novela ganha força com a mistura de personalidades: de um lado, Paolla constrói uma Heleninha cheia de nuances, presa entre a culpa e a vontade de se reerguer; de outro, Deborah reinventa Odete como uma antagonista que vai além dos clichês da vilania clássica, mostrando uma mãe tão dura quanto realista — aquela que todo mundo conhece, mas ninguém quer chamar de sua.
Para quem aguardava apenas uma releitura nostálgica, o remake entrega uma abordagem moderna ao velho embate entre tradição familiar e autonomia. Especialistas dizem que, longe de ser um exercício de imitação, a dupla oferece um olhar próprio sobre temas atemporais: vício, laços familiares e a insuficiência dos laços de sangue para curar feridas antigas. Paolla e Deborah não competem, somam. E é justamente daí que surge o frescor inesperado dessa nova versão.