Renato Moicano acusa Jon Jones de "jogar a carreira na lama" após aposentadoria

Renato Moicano acusa Jon Jones de "jogar a carreira na lama" após aposentadoria

Quando Jon Jones anunciou sua aposentadoria no sábado, 21 de junho de 2025, o mundo do MMA explodiu em reações — mas foi o vasculho de Renato Moicano que ganhou as manchetes. O brasileiro, que tem luta marcada contra Beneil Dariush no UFC 317 em 28 de junho, publicou um vídeo em que culpa Jones de "jogar a carreira na lama" ao fugir da batalha com Tom Aspinall e, segundo ele, favorecer-se de forma absurda.

O contexto da aposentadoria

A decisão de Jones foi confirmada por Dana White, presidente da UFC, durante a coletiva de imprensa que encerrou o UFC Baku. White anunciou que, com a saída de Jones, Tom Aspinall agora ostenta o título linear dos pesos pesados.

Para entender a gravidade do momento, vale lembrar que a última vitória de Jones aconteceu em 2023 contra Stipe Miocic, um bombeiro aposentado de 46 anos. O combate foi marcado por críticas ao nível de competição, já que Miocic já não era considerado um contender de peso pesado de elite.

Renato Moicano põe lenha na fogueira

Em seu vídeo, Moicano não poupou palavras. "É uma vergonha o que o Jon Jones fez no final da carreira dele. Eu não pensava que ele poderia jogar a carreira dele na lama. Mas ele jogou", disse o lutador, que tem 28 anos e está ansioso por sua própria noite de glória em Las Vegas.

O brasileiro também criticou a “inatividade de dois anos” de Jones, argumentando que o atleta se manteve “sentado no cinturão” enquanto o peso pesado clamava por um duelo legítimo. "Ele deu a entender que queria lutar com Aspinall, mas acabou simplesmente ligando e dizendo que está aposentado", pontuou Moicano.

Além de atacar a decisão, o lutador acusou a própria organização de favorecer o americano. "A gente viu um favorecimento absurdo do UFC com ele. Chegou a hora que ficou ridículo", afirmou, lembrando a partida tumultuada de Francis Ngannou com a empresa no ano anterior.

Reação da comunidade MMA

Nas redes, fãs e jornalistas se dividiram. Enquanto alguns acolheram a crítica de Moicano como um grito de justiça, outros o acusaram de aproveitar o momento para promover sua luta contra Dariush. O ex‑comentador Joe Rogan pontuou que "a aposentadoria de Jones sempre foi cercada de dúvidas, e agora o barulho só aumenta".

Especialistas em negócios esportivos apontam que a saída de Jones pode abrir espaço de patrocínio para Aspinall, que tem contrato com marcas de energia e já fala fluentemente inglês, o que facilita a internacionalização da categoria.

O que muda para o peso pesado

O que muda para o peso pesado

  • Tom Aspinall oficialmente reconhecido como campeão linear.
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  • Possíveis embates contra Cyril Gane ou Ciryl Gane (o nome ainda gera confusão).
  • Negociações de lutas de elenco aberto para ampliar o portfólio de eventos.

Para Moicano, a mudança representa uma oportunidade de se firmar no card principal de um UFC que ainda busca estrelas. "Se o Aspinall vai subir, eu quero estar na mesma noite", declarou.

Legado de Jon Jones à luz da controvérsia

Os números de Jones são inegáveis: 17 lutas por título, 16 vitórias, recorde de defesas consecutivas na categoria meio‑pesado e o título de campeão mais jovem da história da UFC, conquistado em 19 de março de 2011 com 23 anos e 243 dias.

Entretanto, o histórico de suspensões por doping, o aparente medo de encarar Aspinall e a forma como encerrou sua carreira deixaram cicatrizes. Analistas da ESPN Brasil sugerem que a discussão sobre o "GOAT" (greatest of all time) está mais viva do que nunca.

"A beleza do esporte está em como ele evolui. O que Jones fez pode manchar sua reputação, mas ele ainda tem um legado que será estudado por gerações", concluiu o historiador de MMA André Oliveira.

Próximos passos para os envolvidos

Próximos passos para os envolvidos

Com a aposentadoria oficial, Jones deve avaliar opções fora do octógono — possivelmente comentaristas ou eventos de exibição. Enquanto isso, Moicano se prepara para sua estreia em UFC 317, onde espera transformar a polêmica em vitória.

Para o UFC, a tarefa agora é garantir que o peso pesado continue a gerar vendas, antes que a falta de um nome de destaque comprometa o ritmo de compra de pay‑per‑view.

Perguntas Frequentes

Por que Jon Jones decidiu se aposentar agora?

A decisão foi comunicada por Dana White após semanas de impasse com Tom Aspinall. Jones alegou que precisava cuidar de questões de saúde e que o intervalo de duas temporadas sem luta influenciou sua escolha.

Qual foi a reação da comunidade de fãs ao vídeo de Renato Moicano?

O vídeo dividiu o público: parte viu a crítica como legítima, ressaltando a falta de confrontos dignos; outra parte considerou que Moicano usou o momento para promover sua luta contra Dariush.

O que muda na divisão dos pesos pesados com a aposentadoria de Jones?

Tom Aspinall se tornou o campeão linear, abrindo a porta para lutas contra Cyril Gane, Ciryl Gane ou outros contendores de alto nível, o que pode revitalizar a categoria.

Como a aposentadoria afeta o debate sobre quem é o maior da história do UFC?

Embora Jones mantenha recordes impressionantes, as controvérsias de doping e a forma como encerrou a carreira alimentam o argumento de que outros nomes, como Anderson Silva ou Georges St‑Pierre, podem ter um legado mais limpo.

Renato Moicano tem chances reais de vencer Beneil Dariush?

Analistas apontam que a experiência de Moicano no peso leve, combinada com seu estilo agressivo, pode surpreender Dariush. Contudo, Dariush também tem um histórico de finalizações rápidas, o que indica uma luta imprevisível.

6 Comentários

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    Victor Vila Nova

    outubro 6, 2025 AT 04:30

    É compreensível que Renato Moicano se sinta frustrado com a aposentadoria de Jon Jones. Ele aponta para a falta de confrontos dignos que poderia ter gerado na categoria. O argumento de que Jones “jogou a carreira na lama” tem eco entre torcedores que esperavam um duelo épico contra Aspinall. Como mentor, incentivo a analisar o contexto completo antes de tirar conclusões definitivas.

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    Ariadne Pereira Alves

    outubro 14, 2025 AT 12:30

    Ao considerar a crítica de Moicano, é importante observar que a aposentadoria de um atleta da magnitude de Jones sempre traz múltiplas camadas de interpretação; a percepção pública pode ser influenciada por narrativas de mídia, por interesse comercial e, evidentemente, por emoções dos fãs. A menção de “jogar a carreira na lama” reflete uma decepção legítima, porém, não deve obscurecer os feitos históricos que ele acumulou ao longo de mais de uma década; afinal, seus números ainda permanecem incomparáveis. Além disso, a decisão de afastar-se pode ser justificada por motivos de saúde, algo que costuma ser subestimado quando se trata de atletas de elite. Assim, ao analisar o cenário, recomendo manter um olhar equilibrado, reconhecendo tanto as contribuições quanto as controvérsias.

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    Lilian Noda

    outubro 22, 2025 AT 20:30

    Moicano está rindo à toa.

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    Ana Paula Choptian Gomes

    outubro 31, 2025 AT 04:30

    Estimado leitor, cumpre‑nos observar que a análise apresentada por Renato Moicano reveste‑se de um discurso vigoroso, porém, devemos ponderar sobre a complexidade da decisão tomada por Jon Jones, que culminou na sua retirada do esporte. Não é incomum que atletas de alta performance enfrentem dilemas pessoais e profissionais, sobretudo quando se trata de preservar a integridade física. Assim sendo, embora a crítica dirigida à suposta “inatividade”, careça de uma contextualização aprofundada; é misterioso, porém, que se reconheça o histórico de excelência que o atleta construiu ao longo dos anos. Concluo que a discussão merece ser conduzida com parcimônia e respeito, evitando‑nos simplificações exacerbadas.

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    Carolina Carvalho

    novembro 8, 2025 AT 12:30

    Ao refletir sobre todo esse cenário, percebo que a controvérsia envolvendo Jon Jones e o vídeo de Renato Moicano traz à tona questões muito mais amplas sobre a governança do UFC e a percepção do público acerca da justiça nas decisões esportivas.
    Primeiramente, o fato de Jones ter ficado duas temporadas sem lutar levanta dúvidas legítimas sobre a manutenção de seu título, sobretudo quando outros atletas aguardam oportunidades legítimas de disputa.
    Em segundo lugar, a crítica de Moicano revela um sentimento de frustração que pode ser compartilhado por muitos lutadores que sentem que o caminho para o cinturão está sendo manipulado pela organização.
    Além disso, a retirada repentina de um atleta tão dominante pode desencadear um efeito dominó, influenciando contratos de patrocínio e a agenda de futuros campeonatos.
    Não podemos deixar de considerar que o mercado de pay‑per‑view depende de estrelas reconhecidas, e a ausência de Jones gera um vácuo que o UFC deverá preencher rapidamente.
    É igualmente importante notar que o comentário de Moicano sobre “favorecimento” não se baseia apenas em argumentos subjetivos, mas também em observações concretas de negociações e promoções que favoreceram o americano nos últimos anos.
    Por outro lado, a comunidade de fãs pode estar dividida, com alguns enxergando a postura de Moicano como oportunismo de autopromoção antes de seu duelo contra Beneil Dariush.
    Entretanto, a estratégia de usar o momento para ganhar visibilidade é compreensível dentro do contexto competitivo do MMA.
    Ao analisar a situação sob a lente do legado, vemos que, apesar das controvérsias, o histórico de Jones ainda resiste, e isso pode ser usado como argumento para atenuar as críticas.
    A discussão sobre o “GOAT” permanece aberta, e a aposentadoria pode, paradoxalmente, intensificar o debate ao consolidar seu status de lenda.
    No que tange à futura sequência de lutas no peso‑pesado, Tom Aspinall emergirá como campeão linear, abrindo novas possibilidades de confrontos com Cyril ou Ciryl Gane.
    Observa‑se também que o UFC pode direcionar seu marketing para construir novos ídolos, aproveitando a falta de um nome dominante.
    Em síntese, o episódio ilustra como decisões individuais reverberam em toda a estrutura do esporte, afetando atletas, promotores e torcedores.
    Portanto, ao final, a provocação de Moicano serve como um lembrete de que o diálogo sobre justiça e transparência deve ser constante no MMA.

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    Joseph Deed

    novembro 16, 2025 AT 20:30

    Embora eu entenda a frustração, acho que o tom da discussão está um pouco exagerado. A aposentadoria de um atleta sempre gera debates, mas não precisamos transformar isso em drama.

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